quinta-feira, 23 de abril de 2009

HDTV: popularização a partir de 2010


Durante 8º Congresso Latino-americano de Satélites, operadoras reclamam de interferências de Wimax sobre banda C.



As operadoras de satélites continuam a sonhar com o tão esperado aumento de demanda em razão da transmissão de TV em alta definição (HDTV). Em vez do excesso de otimismo apresentado no passado, agora elas trabalham com os pés no chão e sabem que a demanda não crescerá de maneira explosiva. A nova projeção é de que a HDTV ganhe força na América Latina a partir de 2010. O assunto foi discutido no Congresso Latino-americano de Satélites deste ano, realizado nos dias 2 e 3 de outubro, no Rio de Janeiro, organizado pela Converge Comunicações.

No Brasil, a transmissão em HDTV ganha corpo aos poucos. A TV Globo, desde junho deste ano, tem dois sinais de satélites operando simultaneamente na transmissão de jogos de futebol: um para SDTV (standard definition) e outro para HDTV. “Conforme migramos para HDTV, a demanda por satélites irá aumentar. Mas teremos que negociar esses custos, para que o projeto seja economicamente viável”, alertou Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da TV Globo. A emissora foi uma das pioneiras na produção em HDTV. “Dentro de dois ou três anos, já haverá produção regional em HDTV”, previu o executivo.

Por outro lado, a Globo deixou claro que não passa pela sua cabeça transmitir em alta definição via satélite para os milhões de domicílios que assistem à emissora através de antenas parabólicas em banda C. Aliás, a empresa acredita que o uso de TV digital terrestre em HDTV reduzirá gradativamente a utilização das parabólicas no País. “É algo de longo prazo. Precisamos ter paciência. Vai levar de cinco a dez anos”, disse Bittencourt. Para a Globo, isso será importante para reforçar seu modelo comercial, que obtém receita a partir da venda de espaço publicitário regional.

Entre as operadoras de TV por assinatura, a Sky promete lançar seus primeiros canais 24 horas em HDTV no primeiro semestre de 2009 no Brasil. A Net Serviços, por sua vez, já transmite o canal Globosat HD e promete adicionar de cinco a dez novos canais em alta definição em 2009. “A preferência é por canais que sejam 24 horas HDTV”, explicou o diretor de produtos e serviços da Net, Marcio Carvalho. As duas operadoras divergem quanto à transmissão em alta definição dos canais de TV aberta. Enquanto a NET está decidida a transmitir em HDTV os canais abertos, a Sky manterá a transmissão deles em SDTV, haja vista o enorme custo que isso teria no aluguel de capacidade satelital.


Interferência com Wimax



Como em todas as suas edições anteriores, o congresso de satélites serviu também para as operadoras discutirem os problemas que mais as afligem. Este ano, chamou a atenção um problema novo: a interferência das redes Wimax sobre as antenas parabólicas de banda C. Carlos Antonio Coelho, diretor técnico do Grupo Bandeirantes, disse que é cada vez maior o número de telespectadores descontentes com a queda do sinal em suas antenas parabólicas.

O Wimax realiza sua transmissão na freqüência de 3400 MHz a 3600 MHz. A banda C opera um pouco acima disso, de 3625 MHz a 4200 MHz. O problema é que a potência usada pelos equipamentos de Wimax é tão alta que satura os receptores de banda C que estejam próximos. A solução, segundo o presidente da Star One, Gustavo Silbert, será a instalação de filtros nas antenas de banda C.


Banda Ka



A banda Ka, que já contabiliza experiências de sucesso nos EUA para transmissão de banda larga dificilmente será trazida para o Brasil. A Star One apresentou no evento um estudo feito em cidades brasileiras que mostra que a alta densidade de chuvas no País tornaria o serviço instável. “A banda Ka poderia ser voltada para serviços de Internet não críticos e para distribuição de sinais de TV regionais”, afirmou Lincoln Oliveira, diretor de engenharia e vice-presidente da Star One. “Contar com satélites híbridos em banda C e Ku continua a ser uma solução mais segura e atrativa para a região”, disse o executivo.

http://www.telaviva.com.br/revista/187/satelites.htm


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