sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

2010 será ano bom para televisão e ruim para e-readers




Por Kate Holton, Reuters Brasil
 

LONDRES (Reuters) - A televisão vai continuar a dominar o entretenimento doméstico por mais um ano em 2010, demonstrando mais permanência que os jornais e até mesmo que a reencarnação digital destes, o leitor eletrônico, ambos os quais podem enfrentar problemas, prevê um novo relatório.
De acordo com a Deloitte 2010 TMT Predictions, a televisão e sua programação fixa continuarão a exercer o papel mais importante no entretenimento doméstico, apesar da demanda crescente de espectadores interessados em assistir a programas individuais na hora em que quiserem.
A previsão contraria muitas das expectativas de analistas, que previam que o hábito de descarregar conteúdos da Internet para o computador, quando e onde o espectador quisesse, chegasse pouco a pouco à televisão, afetando a maneira como ela é vista pelo espectador.
Na Grã-Bretanha, iniciativas para disponibilizar filmes e programas antigos nos televisores, e não apenas em computadores, vêm se mostrando muito populares, e a expectativa era que essa tendência ganhasse fôlego.
Mas a Deloitte disse que o sistema linear tradicional de transmitir programas de televisão e rádio ainda é mais fácil e suficiente para a maioria dos consumidores.
Se a previsão for correta, será uma enorme injeção de ânimo para as emissoras tradicionais, que nos últimos dois anos viram sua receita publicitária cair devido à recessão global e os receios quanto ao futuro da mídia.
Poder dos espectadores
"Nossa estimativa é que 90 por cento de toda a TV assistida e mais de 80 por cento dos conteúdos de áudio consumidos serão pelos meios de transmissão tradicionais", afirma o relatório.
"O sistema linear vai prevalecer, apesar da proliferação de tecnologias - como gravadores de vídeo digitais, pay-per-view, televisão a pedido, podcasts e serviços musicais online - que permitem que espectadores e ouvintes se afastem da programação das emissoras."
As mudanças nas demandas provavelmente vão resultar em novos tipos de tecnologia, mas a Deloitte prevê que a transição seja mais lenta e não prevê a chegada repentina de uma multidão de novas TVs voltadas à Internet.
Em lugar disso, ela prevê que a chamada convergência seja movida pelo usuário. Os espectadores vão acessar a Internet através de laptops, netbooks, smartphones e consoles de videogame enquanto assistem à televisão.
No mundo do texto, porém, o relatório prevê que a tecnologia exerça um papel maior.
A Deloitte prevê que jornais e revistas continuem a deliberar se cobram ou não por seus conteúdos online, com pouco consenso a respeito, ao mesmo tempo que os novos leitores eletrônicos podem enfrentar dificuldades devido à chegada de novos aparelhos ao mercado.
O e-reader, produzido por um número crescente de empresas, incluindo a Amazon.com e Sony, permite ao leitor ler textos em um aparelho do tamanho de uma folha de papel, que descarrega conteúdos digitalmente.
Em dezembro a Amazon disse que seu Kindle havia se tornado o produto mais comprado na história da empresa para ser dado como presente.
Mas a Deloitte disse que o aparelho pode ser prejudicado pela chegada ao mercado de novos dispositivos, como tablets (pranchetas) de empresas como Apple e Microsoft.
Os novos aparelhos sem fio, que vêm atraindo manchetes em todo o mundo antes de seu lançamento, devem poder exibir vídeos, descarregar música, navegar a Internet e lançar uma ponte entre smartphones e laptops.

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