segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Chávez fecha seis canais a cabo, incluindo RCTV

Por IG

No sábado, o governo havia ordenado que a RCTV transmitisse uma mensagem do governo, mas o canal se recusou a obedecer. O diretor de comunicações da emissora, Gladys Zapain, disse à AFP que não havia "notificação prévia" da medida.
AFP
Presidente venezuelano em evento em Caracas
Presidente venezuelano em evento em Caracas
Na semana passada, a RCTV, juntamente com outros 23 canais a cabo, foi redefinida pelo governo como emissora nacional, em vez de internacional.
Uma nova norma recém-aprovada prevê que canais de televisão cuja produção seja majoritariamente de conteúdo nacional deve responder à Lei de Responsabilidade Social em Rádio e TV, que regulamenta as atividades do setor no país. Assim, o canal seria obrigado a transmitir discursos presidenciais e material de campanha do governo relacionado às eleições legislativas deste ano.
A RCTV, por sua vez, argumenta que é um canal internacional, razão pela qual não estaria cumprindo a norma.
A RCTV deixou de operar como TV aberta em 2007, quando o governo venezuelano decidiu não renovar sua licença. Desde então, o canal passou a operar como TV a cabo. A empresa é acusada pelo governo de ter participado da conspiração que levou ao frustrado golpe de Estado de abril de 2002.

À meia-noite, no lugar da programação habitual da RCTV, uma das operadoras de TV por assinatura mostrava um cartaz negro na tela explicando que seis canais, incluindo a RCTV, "devem ser suspensos temporariamente da grade de programação até cumprirem a normativa legal vigente".

Panelaços
Logo depois da suspensão do sinal da RCTV, moradores da zona leste de Caracas, redutos antichavistas, protestaram contra a medida batendo panelas das janelas de seus edifícios.

Horas antes, Diosdado Cabello, diretor da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), já havia advertido sobre a iminente saída do ar de alguns canais, ao afirmar que solicitou às operadoras de televisão por assinatura a suspensão do sinal das emissoras que desrespeitassem a legislação.

"Não estamos fechando ninguém. Se cumprem as leis, podem ir (ao ar) sem problema. O que estamos dizendo é que, na Venezuela, para estar na grade de programação dos operadores de (TV a) cabo, devem cumprir com a lei", afirmou Cabello em entrevista coletiva em Caracas.

Em um comunicado divulgado nesta semana, a emissora afirma que a medida do Executivo "busca calar a voz de protesto do povo venezuelano diante do fracasso da gestão governamental".

O fim da concessão da RCTV para operar no sinal aberto foi o pivô de uma dura crise entre governo e oposição em 2007, gerando violentos protestos.

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