De janeiro a agosto deste ano, por exemplo, essa modalidade de tevê paga perdeu um ponto percentual de participação no mercado. Desde as primeiras investidas sobre o negócio de internet de alta velocidade, as operadoras de MMDS tiveram de travar uma guerra com as empresas de telefonia móvel, pelo uso da faixa de 2,5 gigahertz; perderam.
Migração
Uma das empresas prejudicadas com a medida que a Anatel pretende levar a cabo é a Net Serviços, que mantém três operações no sistema Multiponto, Multicanal: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Recife (PE). Mesmo sem intenção de operar com internet sem fio, a Net recebeu com pessimismo a notícia d a diminuição do espaço que usará nos três estados onde opera. "Temos uma equipe técnica fazendo as contas, porque queremos entender com clareza a situação e ver quais são as providências possíveis", disse o presidente da empresa, José Félix.
De acordo com o executivo, antes da medida a Net já planejava usar um espaço maior nas capitais gaúcha e paranaense, onde divide o espectro com a TVA, do Grupo Telefônica. "Estávamos operando, em média, 15 canais nesses lugares porque dividimos o espaço com eles. Agora vamos ver como ficará", afirmou José Félix.
Outra que deve sair perdendo com a mudança é a Sky, que ao ver a possibilidade de levar banda larga sem fio a localidades onde o cabo não chega, comprou algumas operadoras de pequeno e médio porte e agora não vê sua estratégia praticamente engessada pela decisão dos reguladores do setor de telecomunicações.
Prazo
Entre as críticas mais ferozes das operadoras de MMDS estão: o cronograma estipulado pela Anatel, que prevê 12 meses para as empresas optarem pela faixa de 50 ou de 70 megahertz e fazerem a migração.
Outra divergência entre as operadoras e a agência é o fato de o órgão regulador não ser claro quanto ao valor e à forma da indenização que essas empresas terão pela perda de espectro. "Estamos avaliando o impacto operacional e jurídico dessa norma para as empresas associadas", explicou o presidente da Neotec. Inicialmente, o pagamento deste dinheiro será feito por quem comprar as novas licenças, ou seja, as companhias telefônicas, mas não há clareza sobre o assunto.
Já a conselheira da Anatel, Emília Ribeiro, disse que a medida visa a melhorar a utilização do espectro, que, segundo ela, nem sempre é totalmente aproveitado pelas operadoras. "É um bem precioso, e a agência precisa dar uma destinação", explicou.
Sobre a situação das demais operadoras de MMDS de menor porte, o presidente da Net Serviços comentou: "Ficará ainda mais difícil para quem depende só desse modelo de operação, pois se nós, de uma rede maior e dependente de cabos, teremos de repensar nosso negócio, imagine quem se mantém apenas com o MMDS", disse o executivo.
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